22 de dezembro de 2025

A trajetória de Lúcia Castanho é uma prova de que a arte e a academia podem caminhar juntas, alimentando-se mutuamente. Com início na década de 1980, a artista visual Lúcia Castanho construiu sua trajetória dentro e fora do mundo universitário.

A formação de Lúcia começou de forma incomum para as jovens de sua época em Sorocaba. Aos 17 anos, ela se deslocava a São Paulo para realizar cursos preparatórios de desenho.

Sua dedicação a levou a trilhar um caminho inteiramente focado nas artes, fez Pós-Graduação na Faculdade  Santa Marcelina, Mestrado e Doutorado no Mackenzie e Pós-Doutorado na Faculdade de Belas Artes do Porto, em Portugal.

O Feminino, Ofélia e o Silêncio

A produção artística de Castanho está intrinsecamente ligada à exploração do feminino, com destaque para a figura de Ofélia, personagem trágica de Hamlet, de Shakespeare.

A artista desenvolveu uma série de fotoperformances baseadas em Ofélia, um trabalho que permitiu o aprofundamento da discussão sobre o papel e a imagem da mulher.

O tema evoluiu a partir da exploração da morte e do coração de Ofélia, incorporando posteriormente a questão do silêncio feminino.

Em seu pós-doutorado, a leitura de um conto de Kafka sobre o silêncio das sereias influenciou diretamente sua produção, resultando em objetos e obras que abordam essa ausência de voz.

Os Mergulhos e as Travessias

Atualmente, o trabalho da artista se manifesta intensamente nas pinturas e fotoperformances de mergulho. Estes mergulhos, muitas vezes realizados em piscinas ou referindo-se ao fundo do mar, simbolizam o desconhecido e a travessia.

Essa série de trabalhos está intimamente ligada ao período em que Lúcia Castanho viveu em Portugal, e suas subsequentes viagens ao país, traduzindo a experiência da distância e do retorno em imagens visuais.

O desconhecido é o cerne da criação, permitindo transformar o que é vivido e o que sente em imagens e objetos novos.

“A pintura é sobre atravessar, é sobre o além-mar, é sobre sair do Brasil e ir para lá, ficar todo esse tempo” destaca a artista.

Ateliê em Votorantim: Espaço de Criação e Memória

Juntamente com a artista Laura Matos, Lúcia Castanho inaugurou um ateliê em Votorantim, um espaço que serve como local de trabalho, pesquisa e exposição.

A artista reforça a importância da observação e da referência visual para o processo criativo: “Não tem como artista trabalhar sem buscar referências visuais… a gente trabalha, mas a gente vê muito, a gente visita muito, a gente precisa ver.O que eu mais sei é o meu sentimento diante das coisas que observo” diz Lúcia.

O ateliê é um polo de pesquisa e referência visual. O espaço está localizado na Rua Alfredo Filippim nº788, próximo à Galeria Dan.

Veja a entrevista de L Ú C I A  C A S T A N H O.

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Por Portal das Cidades

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