Interditada em maio do ano passado, a Igreja do Rosário precisa de restauração.
A igreja foi construída por escravos, no sistema de taipa de pilão.
Essa antiga técnica construtiva é muito sensível à umidade, e do jeito que o prédio está exposto do hoje a tendência é que os problemas se agravem muito rapidamente.
Além de uma área onde a taipa está aparente, numa das torres da Igreja nasceu “uma arvore”, devido à queda do reboco e exposição à chuva e umidade.
Segundo Moacyr Corsi, Especialista em Patrimônio Arquitetônico , a árvore vai crescendo e infiltrando as raízes, de forma que a água entra naquele espaço e aumenta a degradação, quanto mais a raiz cresce.
O especialista alerta que as placas do reboco estão se desprendendo da fachada, o que cria uma situação de perigo para os pedestres.
“ O prédio está trincando, com o reboco caindo e a tendência é piorar” afirma Moacyr.
É importante agir rápido nesses casos, para que isso não piore com o tempo.
A construção está claramente precisando de cuidados” completa.
Ele também alerta para a qualificação do trabalho que a igreja necessita.
“Quando falamos de patrimônio histórico, não é uma reforma, o trabalho precisa ser feito por restauradores.
O restaurador é um profissional técnico que vai estabelecer a melhor metodologia de trabalho, a melhor forma de solucionar os problema” diz Moacyr.
“Agir de maneira improvisada, acaba agredindo mais ainda a construção” completa.
O especialista destaca que é muito comum usar muito cimento para fazer reforma, porque o cimento é um elemento muito fácil de ser trabalhado, mas as construções antigas não usavam cimento, usavam outras técnicas.
O Portal das Cidades entrou em contato com a Prefeitura de Itapetininga e com a Paróquia da Igreja Nossa Senhora do Rosário, mas até o momento desta publicação não obeteve resposta.
História da Igreja do Rosário
Segundo o Histpriador José Luiz Nogueira, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é uma das mais antigas de Itapetininga.
Foi construída com donativos da população e com mão de obra escrava, sendo a mais antiga construção em taipa de pilão dentro da arquitetura
religiosa da cidade.
Foi inaugurada no dia 15 de agosto de 1873 e o responsável pela construção foi o mestre de obra Antônio Florêncio de Azevedo, conhecido como “mestre
Florêncio”.
Neste local, que hoje é conhecido como Lago do Rosário, estava o primeiro cemitério do início da povoação de Itapetininga e em frente ao cemitério tinha uma capela que chamava
Capela de Santa Cruz.
Os escravos construíram essa igreja em cima da Capela, formando uma construção maior em cima da pequena capela.
A Igreja do Rosário faz parte do patrimônio arquitetônico da cidade e é um dos cartões postais de Itapetininga.
História do Largo do Rosário
Em 1855, o primeiro nome da praça era Pátio Santa Cruz, por causa da Capela de Santa Cruz .
Em 1875, quando foi inaugurada a igreja, passou a chamar Largo do
Rosário.
Em1889, logo após a proclamação da República, os vereadores mudaram todos os nomes das ruas da cidade e passaram a chamar de Praça 13 de Maio.
Em 1930 aconteceu a mudança de nome que permanece até hoje:
Praça Rui Barbosa.