Em meio aos desafios da cultura urbana, a Batalha do Sena, evento de rimas que agita Itapetininga, transcende o mero entretenimento e se consolida como uma poderosa ferramenta de educação não formal e desenvolvimento social. Mais do que as batidas, o que realmente importa nas rodas de rima é a mensagem e o conteúdo, promovendo um ambiente de respeito e combate ao preconceito.
Ulisses Andrade, o Bill, fundador e um dos organizadores da Batalha do Sena, é categórico: rimas preconceituosas, machistas ou fascistas não são toleradas.
O objetivo é claro: usar a força do rap para direcionar os jovens, ensinando sobre a responsabilidade das palavras e a consequência do que se fala. Essa postura se mostra crucial, especialmente com as crianças, que muitas vezes chegam com visões distorcidas do mundo.
Um exemplo notável foi o caso de um jovem de 12 anos que reproduzia falas políticas ouvidas em casa. Graças à dinâmica da batalha, ele pôde desenvolver um senso crítico e refletir sobre suas próprias ideias.
Rap como Ferramenta de Senso Crítico e Autoconhecimento
A Batalha do Sena não busca doutrinar, mas sim incentivar a autonomia intelectual. A leitura e o estudo são pilares para a evolução dos MCs, que aprendem a questionar verdades estabelecidas e a buscar seu próprio conhecimento. O rap, neste contexto, se torna um veículo para que os jovens contem suas histórias, transformando suas vivências, inclusive as mais difíceis, em arte e expressão. Essa capacidade de dar voz e criatividade é algo que, segundo os participantes, muitas vezes falta no ensino tradicional.
Além disso, a competição inerente às batalhas é vista como um motor de crescimento pessoal. Ela ensina os MCs não só a vencer, mas, e talvez mais importante, a saber perder e a superar desafios. É uma escola de resiliência, onde a superação se torna a verdadeira vitória.
Veja o desafio Free Style de Kaíne Melo e Cristian Koadi , membros da Batalha do Sena.


