19 de dezembro de 2025

Entrevista de Pedro Morais , do Coletivo SÍNTESES

A aprovação do PL 19/2025, que trouxe mudanças no regime de previdência dos servidores municipais, “foi marcado por manobras e procedimentos questionáveis, segundo vereadores da oposição e representantes dos funcionários da prefeitura.

Muth Furian, presidente da associação dos Auxiliares e Grupo de Apoio da Educação de Itapetininga  (AGAPI), criticou a conduta dos vereadores da base do prefeito Jeferson Brun.

Votações Duplas e Ilegalidade

Muth Furian denunciou que os vereadores da situação ignoraram “todas as regras das votações de urgência” e realizaram o procedimento duas vezes de forma “equivocada” e “fora da lei”. O placar da votação, mantendo-se em 14 votos a favor e 4 contra (com a ausência do presidente da Câmara), demonstrou o poder da base governista.

A principal crítica reside no conteúdo do projeto. Segundo a AGAP, embora o projeto possa oferecer uma “certa garantia” aos funcionários públicos no curto prazo, ele impõe um ônus insustentável à Prefeitura:

“A prefeitura de Itapetininga vai quebrar em menos de 15 anos. Tem um aumento de 148% do aporte da prefeitura para o fundo do CPREM. Não há prefeitura que resista.”

“Refresco” Político e Dívida para o Futuro

A explanação do vereador Dr. Mário Carneiro, embora seja da base, ilustra a situação.

O projeto não é visto como uma solução de longo prazo, mas sim como um mero “refresco para essa gestão”, transferindo integralmente a responsabilidade e a dívida previdenciária para a próxima administração.

“Eu livro o meu e a cidade que arque com o resto,” resumiu Furian, criticando a falta de vontade política para implementar uma reforma necessária e “mesmo que amarga” do Serviço de Previdência Municipal (SEPREM), que seria um caminho para garantir a sustentabilidade futura.

Urgência Injustificada e Falta de Debate

Outro ponto levantado é a pressa em aprovar um projeto de tamanha complexidade no final do SEPREM nas audiências públicas, a prefeitura teria capacidade de sustentar o fundo até 2026, com o problema crítico surgindo apenas em 2027.

Diante disso, a aceleração da votação é vista como injustificada e preocupante.

Furian questiona o motivo de não haver mais tempo para debater um tema que afeta a vida de tantos, especialmente quando o projeto chegou à Câmara com “falhas” e “falta de documentação”, além de desrespeitar normas regimentais.

“Eu acho assim uma falta de respeito com o funcionalismo público, uma falta de respeito com a Câmara, que eles têm que lembrar que eles estão aí para representar o povo, não o interesse da gestão” diz a representante.

Confronto na Câmara

A sessão também foi marcada por um episódio de tensão entre vereadores da base e um munícipe, provavelmente um servidor público. Os vereadores Gê de Araújo e Guilherme Morelli confrontaram o cidadão, chegando a ameaçar decretar prisão por ter ouvido “palavras duras”.

Para Muth Furian, o incidente expôs uma postura de “narcisismo” e “politicagem” que coloca o interesse próprio e da gestão acima do bem comum. “Ali a gente consegue ver bem o narcisismo, ou só cuidar de si mesmo, a politicagem em cima do bem comum da população” afirmou, concluindo que o episódio reflete uma “sociopatia” política onde o interesse pessoal se sobrepõe ao bem-estar da população e dos servidores.

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Por Portal das Cidades

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