Cobertura e imagens de Rafael Silvéiro
Nesta quarta-feira (12), Buenos Aires teve um grande protesto contra a repressão violenta da polícia aos aposentados, que receberam o apoio de torcidas organizadas de diversos times da Argentina.
Todas as quartas-feiras, há vários meses, um grupo de aposentados tem protestado em frente ao Congresso argentino para reclamar da perda de seu poder aquisitivo.
Ontem o protesto contou com a presença de centenas de torcedores de vários clubes argentinos , muitos pertenciam às chamadas “Barras Bravas “,como são conhecidas as torcidas organizadas de clubes como River, Boca, Independiente, Racing, San Lorenzo, Vélez e Huracán que tem histórico de violência na Argentina.
O resultado foi um violento confronto entre os torcedores, que atiraram pedras e outros objetos, e as forças de segurança, que usaram carros-pipa, gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes para repelir os manifestantes, que ocuparam as ruas ao redor do Parlamento.
Duas viaturas policiais também foram incendiadas, assim como dezenas de contêineres de lixo.
Enquanto o tumulto acontecia fora do Congresso, a sessão da Câmara dos Deputados precisou ser suspensa devido a altercações entre deputados libertários e kirchneristas, que incluíram socos, empurrões e insultos.
Os aposentados foram os que mais sofreram com a “motosserra” do presidente da Argentina, Javier Milei, que realizou um corte sem precedentes nos gastos públicos do país para diminuir a inflação.
Os cidadãos idosos não só perderam renda, devido ao reajuste das aposentadorias abaixo do aumento do custo de vida em termos reais, como muitos também viram seu acesso a medicamentos gratuitos ser reduzido.
