14 de fevereiro de 2025

Manoel Silvério foi o grande pioneiro na defesa do Meio Ambiente na região de Itapetininga, numa época em que não se falava no assunto. Um homem a frente do seu tempo, carismático e com uma simplicidade enorme, Manoel Silvério sempre conscientizou as pessoas sobre a importância da preservação dos recursos da natureza. E mais do que isso, deu o exemplo durante toda a sua vida.

A história de Manoel Silvério nos mostra como uma pessoa pode fazer a diferença na preservação do meio ambiente.

Suas atitudes inspiraram sua família e seu exemplo influenciou a nossa comunidade no sentido de ter consciência da importância da preservação da natureza.

O Portal das Cidades faz um breve resgate da história de Manoel Silvério, nosso primeiro ambientalista.

Manoel Silvério: O Guardião da Natureza e Herói de Itapetininga

Colaboração de Marcelo Silvério

No início da década de 60, o jovem Manoel Silvério fez sua primeira viagem ao rio Itapetininga, levado pelas mãos firmes de seu pai, o comerciante seu João Silvério, vizinho da Igreja das Estrelas. Aquela paisagem majestosa marcou profundamente o coração do menino. O rio, imponente e misterioso, despertou nele um amor pela natureza que o acompanhava por toda a vida. Desde então, sempre que podia, voltava àquele lugar mágico para nadar em suas águas e explorar as matas ciliares, tornando-se um verdadeiro guardião de suas belezas.

Dez anos depois, na década de 70, Manoel entrou pela primeira vez em uma caverna, um mundo de escuridão fascinante e silencioso. A experiência foi transformadora. Ele ficou encantado com as formações geológicas e, naquele instante, sentiu o chamado da espeleologia, a ciência que o levaria a explorar diversas cavernas e a entender mais profundamente os segredos da Terra. Junto de sua inseparável companheira de vida, Maria Lúcia Spada Silvério, ele passou a transmitir essa paixão para os filhos — Marcelo, Marcos e Manueli — que, desde pequenos, acompanhavam os pais em trilhas, banhos de rio, cachoeiras e explorações em cavernas. Com seu exemplo, Manoel plantou nas futuras gerações o amor e o respeito pelo meio ambiente, fazendo com que seus netos, hoje, continuem seu legado.

Visionário e dedicado, Manoel traçou para si uma missão nobre: ​​plantar pelo menos mil árvores ao longo da vida. E, fiel a esse compromisso, onde quer que fosse — à beira de rios, lagos ou em meio às matas —, carregava consigo mudas de árvores, que plantava com a esperança de um futuro mais verde.

A partir dos anos 1980, sua voz começou a ecoar também nas páginas de jornais e revistas da região, onde escrevia incansavelmente sobre a importância da preservação ambiental e sobre as suas aventuras na natureza e no esporte. Suas contribuições renderam seis honras e, em reconhecimento à sua luta incansável, foram agraciadas com a Medalha de Mérito Júlio Prestes e o título de Comendador. Suas ações em prol do esporte e do meio ambiente também valeram a Medalha Ted Vieira e o Troféu Imprensa da Ajori.

Em um dos momentos mais marcantes de sua vida, Manoel teve a honra de conduzir a tocha olímpica pelas ruas de Itapetininga, símbolo de sua jornada heroica como defensor do meio ambiente, esportista consagrado e promotor dos valores de respeito e harmonia com a natureza.

Ao lado de grandes nomes, como o Professor Dirceu Campos, falecido recentemente, Manoel imortalizou histórias da região em livros que se tornaram sucesso de vendas, como “Contos que Nos Contam” e “Histórias que a História Não Contou”. E, nos seus últimos anos, deixou um legado póstumo, com o título provisório “Nostalgia”, uma obra ainda a ser publicada.

Além de ambientalista apaixonado, Manoel também foi um exímio esportista. Durante todos os anos da sua vida, dedicou-se ao boxe e às artes marciais, incluindo jiu-jitsu, judô e Hapkido. Treinava com seu filho Marcos Silvério, o “Mestre Marquinhos”, e alcançou faixa preta, um símbolo de disciplina e força. Seu lema, repetiu com orgulho, era: “Faixa preta pode tudo”, mostrando a consciência do lutador e o equilíbrio daquele que não tem medo e pode tudo, com aquele que respeita a tudo e a todos e sabe se controlar.

Manoel Silvério amava profundamente sua família — os filhos, os netos e sua esposa, Maria Lúcia — e, até seu último suspiro, foi fiel à sua missão de proteger e celebrar a natureza. Sua ligação com rios, cachoeiras, matas e cavernas era mais que física; era uma verdadeira simbiose, um relacionamento como de protetor. Antes de morrer, ele dizia aos netos, quando forem às trilhas, cachoeiras e matas, ele sempre estará ali com eles.

Em uma merecida homenagem, a Câmara Municipal de Itapetininga eternizou seu nome ao batizar o Parque Ecológico do Mato Seco como Parque Municipal Manoel Silvério. Para quem tanto protegeu aquele local e pela preservação da natureza, foi uma honra justa e simbólica. Manoel Silvério deixou um legado de amor pela Terra, lembrando a todos que somos parte de um todo maior e que, assim como ele, podemos ser guardados.

O pioneirismo de Manoel Silvério na defesa da natureza

O biólogo Rafael Silvério, em entrevista ao Portal das Cidades, falou sobre o pioneirismo do avô, Manoel Silvério, na defesa da natureza. Manoel Silvério era um ambientalista na época em que nem existia esse nome, e fazia questão de proteger o meio ambiente. Ele não cortava árvores, não realizava caça e não jogava lixo no lugar errado. Essas atitudes transmitiram muito para a família de Rafael, que hoje também preza muito por essa questão ambiental.

Rafael Silvério acredita que o espírito de aventura que tem vem do avô. Ele conta que Manoel Silvério era um homem muito aventureiro e que gostava de explorar a natureza. Essa característica foi passada para Rafael, que também é um grande aventureiro.

Rafael Silvério também fala sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Ele acredita que é um prazer enorme estar conectado com a natureza e ajudar a mantê-la. Ele também alerta que sem a natureza, nós não existimos.

Autor

Por Portal das Cidades

O Portal das Cidades é um site de entrevistas e notícias da região de Itapetininga, num novo formato interativo com as plataformas digitais.

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