Luís Carlos Person é um empresário dinâmico e bem sucedido, vindo de uma família de industriais, esteve 17 anos na indústria náutica, trabalhou com comércio exterior e desenvolve empreendimentos no setor financeiro e do agronegócio. Luís também atua na área acadêmica e é palestrante.
Com 30 anos de idade, durante um passeio a cavalo, Luís feriu levemente um dos olhos e procurou seu oculista. Começava ali sua jornada lenta e dolorosa rumo à cegueira, um processo que durou 14 anos. A loteria da vida trouxe para Luís Person uma combinação raríssima entre retinose pigmentar e doença de coats. Seu caso virou estudo em congressos de medicina.
Mas Luís considera que a deficiência trouxe uma nova perspectiva, uma forma mais holística de encarar a vida: “Após a cegueira eu me sinto um ser humano muitas vezes melhor do que quando eu não era cego”. “Se eu pudesse escolher eu não teria ficado cego, mas também tive vantagens, não é porque eu fiquei cego que a vida acabou pra mim” continua Person.
O empresário ressalta que, após a cegueira, a forma como ele era tratado no “mundo dos negócios”mudou. “O ser humano não é preparado pra lidar com o diferente, quando você fica cego as pessoas te encaram, não por maldade, como incapaz” diz Luís.
O empresário acredita que o grande segredo para enfrentar a deficiência é a resiliência. “No mundo animal o que mantem os seres em busca da vida é o instinto de sobrevivência…. e a resiliência, no ser humano , é isso (instinto de sobrevivência) acrescido da inteligência… a resiliência você pode exercitar e melhorar, então você pode cada vez mais se adaptar melhor a qualquer tipo de desafio da vida, desde que você desenvolva a resiliência” afirma. “Um deficiente, quanto mais resiliente ele for, melhor ele vai se adaptar” completa Person.
O empresário destaca que “uma vez que as regras são postas, ou você se rebela ou assimila as novas regras, você pode ter uma atitude passiva de resignação ou pró ativa de aceitação”.
Com muito bom humor, uma das marcas da personalidade de Luís Person, ele encerra dizendo: “Eu só não consigo enxergar, o resto eu faço tudo”